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Na presença de um milhão e meio de fiéis provenientes de todo os lugares do mundo, no último dia 1 de Maio, o Papa Bento XVI, beatificou João Paulo II.
Sacerdote fiel, o Papa beato é um paradigma de sacerdote para o sacerdócio do nosso tempo. O perfume de sua santidade nos questiona e interpela.
Segundo os seus estreitos colaboradores, sua herança desemboca em duas direções: Espiritual e missionária. O perfil de seu ministério é de um pastor-missionário! Com sua vida (nunca deixou de celebrar a Eucaristia. Até no leito dos hospitais!) e escritos, ele forjou a identidade do presbítero após a crise pós conciliar. Com suas viagens, além de se mostrar um místico gigante da fé, o Papa nos ensina que temos que ir a todos. Precisamos evangelizar, buscar as ovelhas perdidas e confirmar na fé as que estão no rebanho.
O centro de sua vida e ministério foi Jesus, Senhor do universo e da história. Somente a partir e em volta desta vida e espiritualidade cristocêntrica, surgiriam todos os outros elementos da vida sacerdotal do seu longuíssimo pontificado.
Foi homem da Palavra. À luz do Evangelho lia os acontecimentos da história. Penso que todos nós recordamos, que no dia do seu funeral na Praça de São Pedro, a um certo momento, o vento fechou o Evangeliário que estava sobre seu caixão. Até o fim foi assinalado pela força da Palavra!
O Papa também nos ensina como presbíteros o dom de sermos fiéis a Igreja até o fim. Na obediência da fé, diante de inúmeras situações complexas do pontificado, com a debilidade física dos últimos dias, viveu a fidelidade até o extremo, até a morte amou a Igreja e se entregou por ela! O cardeal Ratzinger a este respeito, afirmou: “Identificou-se com a Igreja, e por isso, pode ser a sua voz”.
Homem de fé e testemunho. Pastor e missionário. Levou a Igreja a cruzar o novo milênio com esperança. Como disse o Secretário de Estado, Tarcísio Bertone, abraçou o mundo com o coração. Isto, para nós sacerdote, é a famosa Caridade Pastoral!
Sua vida celibatária o levou a ser Todo de todos. Para as crianças era um pai carinhoso. Nos doentes via o rosto de Cristo crucificado, nos jovens a esperança da Igreja. Nas mulheres viu o gênio feminino da Igreja...
Uma última luz do Beato para a nossa vida sacerdotal foi o seu amor à Virgem Maria. Sem dúvida é antes de tudo uma herança que lhe veio da pátria polonesa. Na sua encíclica mariana, Redemptoris mater, Nossa Senhora é apresentada como fiel e eficaz medianeira e cooperadora do Filho, a favor da humanidade. Sobreviver após o atentado de 13 de Maio de 81, também foi sinal profético que todo consagrado tem Maria a seu lado.
Enfim, a vida do Beato João Paulo, nos ensina que toda vocação sacerdotal consiste ser portador de um dom e um mistério. Que ele interceda pelo clero de nossa amada Arquidiocese, dando-nos santos pastores e dignos ministros.
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