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É em Cristo e só nele que somos redimidos e elevados à dignidade de filhos, por meio da obediência perfeita ao plano de Amor do Pai.
Por meio de Sua obediência fomos salvos, e nela somos chamados também a continuar e a cumprir neste mundo o plano de redenção do Pai, na missão a nós confiada, neste carisma em particular.
Obedecer ao Pai, é devolver-lhe a liberdade de governar a nossa vida, de querer o Seu querer para nós, aceitando tudo que dele provêm, submetendo toda a nossa vontade e inteligência à Sua Santíssima Vontade.
Porem, o Pai c
onhece àqueles a quem escolheu no Seu Filho. Sabe que, embora salvos, somos fracos e inclinados ao mal, e por nós mesmos, não podemos ser fiéis ao Seu Amor. Por isso, deu-nos Seu Filho como modelo, e nele, o Espírito Santo, o Paráclito, como força, como vida.
O mesmo Espírito de Cristo, que O conduziu e realizou todos os seus atos, foi-nos dado em Sua morte na Cruz: “ao expirar, entregou o Seu Espírito”, e também no dia de Pentecostes. É Ele, o Divino Espírito, que há de nos recordar da vontade do Pai; que há de realizar em nós Seu projeto de Amor, perpetuando em nós a própria vida de Cristo, configurando-nos a Ele. Cristo, não só é um modelo a ser seguido, mas a ser assumido, encarnado também em nós. O Pai quer continuar em nós a missão do Seu Filho: E é por obra do Espírito.
O Espírito é Amor, o Amor Substancial do Pai e do Filho. É a própria vida de Deus, que foi derramada sem medida em Cristo, e Dele foi jorrada em nós.
A Sua ação é suave e silenciosa, como foi na vida de Cristo. Nenhum ato, nenhum prodígio da vida de Cristo, foi sem a ação do Espírito Santo. Foi por obra do Espírito Santo que foi concebido e nasceu da Virgem Maria; pelo mesmo Espírito, cresceu e iniciou Sua vida pública; foi levado ao deserto; e percorreu todos os caminhos até o Calvário: morreu e ressuscitou por obra desse mesmo Espírito.
E é por obra desse Espírito que somos e nos movemos. É Ele que trabalha no interior de nossa alma, a obra de santificação e de conformação a Cristo. É Ele que plasma em nós, a imagem de filhos no Filho, Jesus Cristo.
Mas somente as almas abandonadas ao querer de Deus, é que se deixam conduzir pelo Seu Espírito. Ao contrário, as almas abandonadas a si mesmas, às suas paixões, não podem ser conduzidas pelo Espírito Santo, pois são almas orgulhosas, cheias si, de vaidades humanas, apegadas à própria vida; são almas ingratas e indiferentes, que não reconhecem o Amor que se faz pequeno, humilde, servo, que veio nos salvar. A cruz para estes, se torna sinal de escândalo e confusão!
Para aqueles que creem que se abrem e assumem ao mistério da salvação, devem viver como Cristo, com Ele e Nele, uma vida de total abandono, docilidade ao Divino Espírito, reconhecendo-o como um Mestre interior, Aquele que há de nos ensinar a viver o Amor: o mandamento Novo, o serviço humilde e a caridade fraterna, na doação total de nós mesmos, no desapego de todos os nossos bens materiais e espirituais, e no desapego também de nossos pecados e virtudes.
Devemos nos render, na obediência e submissão total a Esse Divino Espírito em nós. Viver na obediência ao Espírito, como Cristo! Mas, só pode obedecer quem é capaz de renunciar a si mesmo.
Só por meio do Espírito Santo, poderemos cumprir o plano de salvação do Pai, mesmo quando este plano contrariar todos os nossos planos; nos levar por caminhos contrários aos nossos caminhos; a passar por lugares desertos e sombrios, por humilhações e perseguições; provas e tentações.
Cristo já viveu tudo por nós! Ele percorreu o nosso caminho, antecipando para nós, para que possamos passar, mesmo na insegurança e instabilidade deste mundo, seguros de sermos conduzidos e sustentados pelo Seu Espírito.
O Espírito de Cristo deve ser o nosso Espírito! Ele deve dirigir todos os nossos passos, mover todos os nossos afetos, inspirar todos os nossos pensamentos; enfim, ser a vida de nossa vida. A Divina Seiva que nos alimenta e nos sustenta a cada momento, a ponto de podermos exclamar como a Beata Elena Guerra: “o Espírito Santo é minha vida e não posso fazer nada de bom sem Ele!”.
Mais do que nos conduzir, o Espírito deve nos possuir. Aquele que vive em nós, deve ser dono de nós, POSSUIR-NOS!
Devemos nos tornar homens e mulheres PNEUMATÓFAROS! Que levemos em nós, em todos os nossos atos, o Espírito Santo; que possuem e são possuídos por Ele; inflamados e devorados por Seu fogo abrasador, portadores deste mesmo Fogo, desse mesmo Amor.
Homens e mulheres que são como a pequena, humilde e desprezada Nazaré, que reconhecem e acolhem em si, por obra do Espírito, o Verbo; que são como verdadeiros calvários, caminhos por onde, por obra desse mesmo Espírito, o Verbo feito homem, poderá percorrer, para continuar a realizar, através de nós, o seu plano de Amor e Salvação; que são como verdadeiros cenáculos, a receber em profusão o Dom do Alto, afim de que suas vidas sejam transformadas e crucificadas e se tornem também alimento para a vida do mundo.
Toda nossa vida deve assumir todo o plano de salvação, para que toda ela seja redimida e transformada.
Madre Viviane do Sagrado Coração de Jesus