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Jesus, estando próximo de se entregar ao Pai para a salvação da humanidade, revelou aos seus discípulos a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito Santo. “Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à verdade plena...” (Jo 16, 13). Curiosa, porém, é a declaração que Jesus faz no versículo anterior, antes de apresentar a Pessoa Divina do Espírito. “Tenho ainda muito o que vos dizer, mas não podeis agora suportar...” (Jo 16, 12).
O que será que Jesus queria falar aos seus discípulos? Se a Igreja diz que Jesus Cristo é a Plenitude da Revelação, por que Ele não falou tudo? Cabe ao Espírito completar a Revelação? É, por isso que Jesus O chama de Espírito da Verdade?
Bom, procuremos entender o que Jesus quis dizer neste versículo: em primeiro lugar, Jesus é a Plenitude da Revelação, Ele revelou tudo o que deveria ser revelado, como Ele mesmo disse: “Eu te glorifiquei na terra, concluí a obra que me encarregaste de realizar...” (Jo 17, 4), portanto o Espírito Santo não vem para acrescentar nenhum dado novo à Revelação. Mas, o que Jesus queria e não falou, e que verdade é essa que o Espírito Santo vem ensinar?
O Espírito Santo nada mais ensina, senão, sobre aquilo que a Verdade revelou, ou seja, Ele vem atualizar e potencializar os ensinamentos de Jesus Cristo. Naquele momento Jesus não poderia narrar em detalhes aos seus discípulos os acontecimentos que viriam - Sua morte e ressurreição - e as consequências que isso traria para eles, pois não compreenderiam que nestes eventos estavam contidos a salvação e a libertação para a humanidade.
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Somente com o derramamento do Espírito Santo, em Pentecostes, foi possível que os Discípulos de Jesus compreendessem o que Ele ensinou e que sentido teve Sua morte e ressurreição, sendo assim, reconheceram que Jesus é o Cristo, o Messias esperado desde o Antigo Testamento. “Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, este Jesus a quem vós crucificastes” (At 2,36).
Com o Espírito Santo a Ressurreição de Cristo não se tornou apenas um evento para o homem, mas é algo que lhe toca. O Divino Paráclito tornou aqueles primeiros discípulos testemunhas do Ressuscitado, isto é, pela conversão de suas vidas, a Vida Nova que Jesus conquistou na cruz tornou-se sensível e o homem pode viver a comunhão com Deus rompida pelo pecado original.
A missão do Espírito Santo, portanto, é a de nos conduzir a Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida (Jo 14, 6), e nos revelar a sua Pessoa. Por isso, São Paulo vai dizer que só se pode proclamar que Jesus é o Senhor pela ação do Espírito Santo (I Cor 12, 3), portanto, está aqui o sentido missionário da Igreja, pois não se anunciam fatos históricos ou ideologias, mas uma Pessoa que continua a exercer a sua salvação por meio da sua Igreja. É somente no Espírito que se pode viver a dimensão eclesial, ou seja, ser um membro vivo do Corpo de Cristo que é a Igreja.
Abrir-se ao Espírito Santo é condição sine qua non para viver o cristianismo e para experimentar a vida em abundância prometida por Jesus, pois é Ele que nos coloca em comunhão com o Filho, e o Filho nos coloca em comunhão com o Pai. Deixar-se conduzir pelo Espírito é o meio mais certo e mais seguro de permanecer na Verdade que é Jesus Cristo.
Rezemos então: “Pai Santo, no nome de Jesus, manda o Teu Espírito para renovar a face do mundo. Amém.”
Seminarista Carlos Alberto.
1º Ano de Teologia.
1º Ano de Teologia.
Arquidiocese de Niterói
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